Código Florestal Brasileiro, agricultura familiar e assentamentos rurais

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Virgínia Totti Guimarães
Juliana Chermont Pessoa Lopes
Paula Máximo de Barros Pinto

Resumo

O presente trabalho visa analisar as normas do Código Florestal de 2012 aplicáveis aos agricultores familiares e, ainda, aos assentamentos rurais. A metodologia baseia-se em pesquisa e análise crítica da bibliografia, bem como levantamento de dados específicos relativos ao Cadastro Ambiental Rural. As peculiaridades do tratamento destinado aos assentamentos rurais no processo de inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR) são analisadas, objetivando-se apresentar questionamentos sobre os direitos e garantias dos assentados decorrentes desse cadastramento. O trabalho traz reflexões acerca das Cotas de Reserva Ambiental originárias de assentamentos rurais. Verificou-se que, no que se refere ao CAR, a maioria das regras específicas sobre assentamentos rurais direciona-se à simplificação dos procedimentos, mas não houve previsão sobre a necessária participação dos assentados na geração das informações a serem incluídas no Cadastro, bem como a garantia de amplo acesso aos estudos e dados produzidos no âmbito do INCRA. No que se refere aos pagamentos por serviços ambientais, além dos debates relativos a mercantilização da natureza, não há sequer menção sobre as cotas originadas de excedentes de vegetação nativa em assentamentos rurais, o que gera uma série de questionamentos a respeito dos direitos garantidos nos procedimentos estabelecidos pelo Código Florestal. 

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Seção
Artigos
Biografia do Autor

Virgínia Totti Guimarães, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, RJ)

Doutora em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Juliana Chermont Pessoa Lopes, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Graduada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Estudante de Especialização em Políticas Públicas e Planejamento Urbano (IPPUR/UFRJ)

Paula Máximo de Barros Pinto, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Graduanda em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Referências

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